14.3.11

{...} ele pegou em minha mão.

e no momento eu não entendi o por que dele estar me puxando em direção à chuva e no impulso, paralisei-me diante a chuva.
_Vamos? - disse ele, olhando para mim começando a se molhar naquela chuva.
_Onde? Onde vamos? - dei um passo a frente e fiquei ao seu lado, olhando em minha volta. Não havia ninguém naquele local, só eu e ele.
_Confie em mim, por favor. - ele olhou dentro de meus olhos, colocou a mão em meu rosto que logo desceu para minha mão. Nossos dedos se intercalaram e às vezes nossas mãos se afastavam porque estavam molhadas.
Minha roupa estava molhada, meu cabelo todo bagunçado, eu estava indo à um lugar que não sabia.
Finalmente chegou. Eu não entendi o por que dele ter me levado naquele local, estava chovendo e eu estava toda molhada.
A chuva começou a aumentar.
Eu peguei em seus braços e puxei para irmos embora, mas ele recuou. Virou de costas . Abriu os braços, como se estivesse se sentindo vivo a cada gota que caia nele. Eu apenas fiquei paralisada olhando aquela chuva e ele. Encostei-me na parede, apoiei meu pé nela.
Logo ele se virou.
Colocou seus braços em volta de mim, olhou fixamente em meus olhos e em meu pensamento nada ainda estava concreto sobre o que estava passando.
_Você é maluco. Maluquinho. - passei a mão sobre seu rosto e segurei em sua blusa. O vento me fez sentir frio e arrepiar. Cheguei mais perto dele, para que ele me protejesse daquele vento frio.
_Eu sou maluco. Sou maluco por você. - sorriu de canto e olhou para cima, como se buscasse as palavras ou alguma atitude. - Posso realizar seu sonho de criança?
_Sonho? Qual? - sim, passou o meu sonho de criança em minha mente, mas só disse aquilo para ver a atitude dele e o que ele responderia.
_O beijo... - antes que terminasse a frase, ele chegou mais perto de mim, pude sentir que ali meu sonho se realizaria, o de criança. Sim, o beijo na chuva.
Suas mão desceram e passaram sobre minhas costas me fazendo aproximar-se dele, minhas mãos agarraram sua blusa e eu sentia as gotas geladas descerem sobre meu rosto e o vento me fazia arrepiar a cada soprada.
Ele me encostou na parede, continuou a me beijar. Naquele instante, tive vontade de rir e gritar alto de mais para que todos pudessem ouvir a tamanha felicidade, mas deixei para mim aquele momento e fechando os olhos eu só memorizei cada segundo. Cada segundo ao seu lado.

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